terça-feira, 30 de abril de 2013

Xanddy comemora 20 anos de banda ao lado de Ivete e Péricles

Foi há 20 anos que os primeiros acordes do Harmonia do Samba começaram a ecoar pelos quatro cantos da Bahia. O que seria um projeto para reunir os amigos no fundo do quintal se transformou em uma das maiores representantes da música baiana atual. Quatro anos após a formação original, a entrada de um cantor-dançarino que enlouquecia as fãs com seu gingado peculiar tomou forma na performance de Xanddy, que até então era desconhecido do grande público.

De lá para cá, ele casou, teve filhos e passou a ser empresário de sua própria carreira, maturidade que refletiu também na música. "O sucesso pelo sucesso nunca foi o objetivo do meu coração e, falando por toda a banda, também nunca foi o alvo mais importante do Harmonia", contou. Confira esta e outras frases marcantes na entrevista oncedida por e-mail, na qual Xanddy fala sobre o início do grupo, a união dos integrantes e os momentos que marcaram a carreira do grupo. Além disso, ele revela também que terá como convidados, na gravação do DVD no 29 de julho, os cantores Péricles, ex Exaltasamba, e Ivete Sangalo. A gravação será no Wet'n Wild, na Avenida Paralela.

Como surgiu o convite para você entrar na banda, em 98? Você já conhecia o grupo?

Eu cantava na banda Gente da Gente e já conhecia os meninos (Roque e Bimba) e conheci, na mesma época, Ricardo, ex-saxofonista do Harmonia. Foi uma amizade que surgiu primeiro, antes do trabalho. Aí depois, quando fomos trabalhar juntos, fluiu tudo de uma forma muito bacana porque a gente já tinha uma sintonia. Acabei saindo do grupo Gente da Gente e, dois anos depois, oficializei tudo com o Harmonia.

Como você avalia estes 20 anos do Harmonia do Samba?

É um momento de maturidade, muito consistente, sabemos o que queremos e o caminho que traçamos. Eu sinto um orgulho muito grande de tudo, da gente (a banda) não ter se desintegrado, da gente ter insistido e conseguir fazer a nossa música do nosso jeito. Sabe aquela coisa de ter meia dúzia de gente dizendo: "Vai por aqui" e você para e pensa: "Não. Eu tô vendo que o certo é por aqui?".  E lá na frente você tenha a certeza que valeu a pena você ter sido honesto consigo mesmo. É um sentimento que transcende qualquer explicação.

O que mantém o Harmonia do Samba unido por todo este tempo?

A verdade da nossa relação e Deus são o que nos mantém unidos até hoje. Somos mais que colegas de trabalho, mais que amigos. Cuidamos um do outro, gostamos de estar juntos e o trabalho não tem aquele ar de obrigação. Nossos ensaios são descontraídos porque prezamos pela "harmonia" no nosso meio. Muitos dos músicos começaram com o Harmonia desde o começo e tem a essência do passado, das dificuldades encontradas, do prazer de cada fã conquistado.

Vocês viajam muito e convivem como uma verdadeira família. Tem muito estresse entre os integrantes ou a turma toda é tranquila?

A turma é tranquila, brincalhona, divertida. Como em toda relação, cada um tem sua opinião acerca de determinados assuntos. Mas, no geral, a "harmonia" é o que reina no nosso "samba".

O que mudou no Xanddy de 16 anos atrás (quando você entrou na banda) para agora?

O início da carreira tem aquele ar de novidade, mas depois você começa a canalizar a dose de importância certa que você deve destina a cada momento. Virei um empresário da minha própria carreira e não somente um cantor do Harmonia do Samba. Na minha vida pessoal, me tornei pai, construí uma família e isso tudo já é algo muito transformador. Não há como dissociar. O sucesso pelo sucesso nunca foi o objetivo do meu coração e, falando por toda a banda, também nunca foi o alvo mais importante. Nós buscamos ter felicidade em cima do palco, para passar para nossos fãs, e, junto com eles, construir a banda, meu lado profissional. Depois que eu recebi Deus em minha vida, consegui compactar tudo isso em uma fórmula única e minha, e hoje me sinto um Xanddy tranquilo, em paz, com serenidade, maduro e, acima de tudo, realizado com tudo o que eu projetei.

Participar da banda te deu a oportunidade de conhecer seus ídolos, como Caetano Veloso, com quem você já dividiu o microfone. Quais foram os outros momentos marcantes?

Tivemos muitos momentos marcantes, mas para falar de um, vou citar o Festival de Monteith, na Suíça. Foi incrível. Fora do país, a gente foi cantar e não sabia da existência de comunidades brasileiras gigantescas que existiam fora daqui. Lembro como se fosse hoje. Outro momento marcante foi quando estourou a música "Vem Neném" em todo o Brasil. De um dia para o outro, a gente estava estampando as capas e matérias de grandes revistas e tudo mudou.

E qual foi a maior roubada que a banda já se meteu?

Sem dúvida, uma que aprontamos no Japão. A gente foi tocar em teatro muito sofisticado e, naquela época, todos nós éramos bem moleques. Era o meu aniversário e os meninos levaram um bolo para o camarim. De repente, estávamos todos fazendo uma guerra de bolo e foi aquela melança. A gente só não contava com a sofisticação e seriedade do teatro. Por conta disso, depois da bagunça, tivemos que limpar tudo lá, além de sermos punidos com uma multa. Agora imagine a cena: eu com um pano de chão na mão fazendo esse serviço?!. Pela bagunça que causamos, foi pouco pra nós, apesar de divertido.

Tem alguma coisa que a banda fez nesse período que não faria de novo?

Com certeza, brincar de "guerra de bolo" no teatro do Japão.

Vocês vão gravar um DVD no dia 29 de julho. Terá participações especiais? Quais artistas você considera importantes nestes 20 anos de banda e gostaria de convidar para participar deste show?

Uma gravação de DVD requer uma atenção minuciosa, e o disco dos 20 anos do Harmonia não será diferente. Escolhemos gravar numa segunda-feira por ser o dia em que, há 11 anos, fazemos "A Melhor Segunda Feira do Mundo" e que se transformou em um grande evento na cidade durante o verão. Então a nossa intenção é levar para o nosso DVD a mesma energia do ensaio, com aquela vibração e brilho que já lhe são característicos. Ivete é uma querida nossa e do grande público. Temos muitas histórias para contar juntos e ela não poderia estar de fora desse marco. Péricles [ex-cantor do Exaltasamba] é um amigo que fizemos também durante a nossa trajetória e que criamos uma relação de admiração, acima de tudo. Temos a certeza que eles, juntamente com outros nomes que ainda estão para serem confirmados, estarão vibrando com total verdade essa conquista nossa.

Fonte: A Tarde

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